Quando falamos em intertextualidade - definindo sucintamente: a correspondência entre dois textos - , lembramos imediatamente do texto escrito. Especialmente na literatura, um texto que remete a outro ou a uma ideia já consagrada e que aparece renovada, revestida, revisitada, enfim. Porém, ideias revisitadas estão presentes o tempo todo em nossa vida cotidiana. Pouco do que vemos ou dizemos é inteiramente original. Melhor dizendo, nada é original já que nossa visão de mundo está sempre apoiada numa premissa anterior. Este é um assunto vasto e empolgante.
Mas se não é original, também não se pode dizer que tudo se copia ... (lembram da frase?). Em se tratando de arte, bebe-se de inúmeras fontes, mas há uma alquimia única, particular, em cada obra, quando a alma do artista ali se faz presente.
Não há que se falar muito, melhor dar um exemplo. Um belo exemplo... Levando-se em conta que as imagens falam de um modo mais direto com o outro - a partir de um olhar relâmpago a comunicação se faz de modo quase irreversível - vamos deixar que este lindo trabalho de Gilberto Marchi nos explique o que é criar, o que é intertexto. Alguém diria não haver aqui algo absolutamente novo?
A imagem fala por si.
Monanelore - G. Marchi
Fonte: http://gilbertomarchi.blogspot.com/2009/09/ilustracao-monanelore.html