sexta-feira, 6 de julho de 2012

Capas 1 - O antes e o agora - Barulhinhos do Silêncio

     Felizmente, alguns temas são comuns aos homens de todos os tempos e lugares. Digo felizmente, porque é esse elo que nos faz humanos, capazes de nos reconhecer no outro, sobretudo nas suas emoções. Sendo comuns e não datados, esses temas se mantêm no imaginário por séculos e percorrem distâncias  inimagináveis. Falo dos sentimentos, especialmente os expressos nos livros, melhor, nas artes, em todas elas. Falo, aqui,  do medo. Não do medo absurdo, enorme, assustador, mas daquele comum a todas as crianças, nascido da sua insegurança, da ignorância até, da necessidade de compreender o mundo, ainda que esse mundo esteja reduzido aos limites de um quarto escuro. Um medo aparentemente tolo mas que, na visão de uma criança, assume outras proporções. Falar sobre isso para as crianças - de ontem, de hoje, de amanhã - parece não apenas possível, mas também inevitável, a partir de histórias que contamos, recontamos, desenhamos, imaginamos, interpretamos... e, lá no futuro, relembramos. O tempo passa, mas a história, aquela história, ainda está ali, viva, presente.  
   Digo isso porque me dei conta de que o livro Barulhinhos do Silêncio já tem bem mais de 20 anos e eu ainda recebo mensagens de crianças que nele se reconhecem. Crianças que, ao longo desses anos todos, se identificam com o pequeno Hugo que, de noite, no escuro de seu quarto, se assusta com o ruído de uma torneira pingando. Sim, o mistério nos assusta... No caso, um pequeno mistério, num espaço urbano, num lar sem perigos, cercado por pais amorosos. Hugo descobre o mistério e afasta seu medo. Como seria bom se tudo fosse assim. Mas por causa de Hugo, de sua maioridade, dos temas que nos são comuns independentemente de tempos e distâncias, lembrei deste e de outros livros meus que acompanharam algumas gerações e decidi resgatar um pouco das suas trajetórias. Quero registrar aqui a história das histórias, as capas revisitadas, revistas, reformuladas sendo apresentadas às novas gerações.
   Hoje, seguem as capas da versão original dos "Barulhinhos", que atingiu a marca de mais de 40 edições e de sua reedição totalmente reformulada. Outras capas serão postadas aqui no blog, de outros livros que se mantiveram vivos e atuantes, merecendo edições reformuladas. Elas vão para quem os leu, os apresentou para seus filhos e, quem sabe, quantas gerações farão o mesmo.  
    Sentimentos, histórias e livros sobrevivem ao tempo. Por isso, acho que comecei dizendo: felizmente.