segunda-feira, 14 de julho de 2014

Meu destino sou eu - Mais uma dica de leitura!

O blog Acordei com vontade de ler dá mais uma dica de leitura para os jovens de um livro de minha autoria. Meu destino sou eu - livro que fala sobre a questão dos gêneros, os preconceitos que ainda pairam nos discursos e nas atitudes de homens e mulheres eternizando papeis que não mais cabem na sociedade contemporânea. A jovem Sara, protagonista, inconformada com os limites que lhe são impostos, vivencia experiências transformadoras e assume o comando de seu destino.

Leia, abaixo, a opinião de Carol e confira resenha na integra no link: http://www.acordeicomvontadedeler.com/2014/07/dicas-de-leituras-juvenis-nacional-meu.html

Minha opinião - "Meu Destino Sou Eu" tem como protagonista Sara, uma jovem que estuda no colégio Literatus. Sara tem uma irmã gêmea, a Clara, e um irmão mais novo, o Pedro. O convívio familiar apresenta um certo desequilíbrio no que se refere a dinâmica dos pais. Júlio acredita que D. Edna precisa estar em casa quando ele chega do trabalho, e que não precisa trabalhar fora, pois ele é o provedor da casa. D. Edna por sua vez, mesmo querendo abrir suas asas, acata as vontades do marido. 
"Sara já sabia o fim da história. Tinha assistido inúmeras vezes. Ele pediria desculpas, assumiria que tinha exagerado na sua reação, no seu ciúme, na sua sensação de posse, na sua autoridade. Edna, ainda aborrecida, o perdoaria, e os dias passariam tranquilos até que algo parecido acontecesse outra vez...." (p. 39)
No colégio, um novo professor de artes plásticas, Paulo Fontoura, tenta conscientizar a sua turma de que eles podem fazer o que quiserem, desde que se esforcem, mas começa a observar que as garotas de sua sala são mais hesitantes em acreditar em si mesmas.
Começa aí uma reflexão sobre alguns valores. Será que ainda vivemos em uma sociedade machista? Ainda moldamos as jovens de maneira que as façam acreditar que precisam se esforçar mais apenas para serem consideradas para uma determinada vaga de emprego ou promoção?
Existem personagens femininas no livro que representam essa "agressividade" no trabalho, como a Bárbara, funcionária da agência de viagens. 
Sara começa a observar os exemplos em sua volta e a questionar se consegue ou não atingir seus objetivos, quando a diretora do colégio resolve promover um concurso, onde um único ganhador irá viajar em um intercâmbio. 
Júlio acredita que a filha não vá conseguir, por ser garota, e mesmo que consiga, não poderia viajar sozinha. Regra essa que não se aplica ao filho mais novo e imaturo Pedro, apenas pelo fato dele ser um garoto.
O professor Paulo acredita que todos têm chances iguais de ganhar. E as amigas de Sara encontram-se divididas por razões diferentes: Isabel não quer abrir mão do namorado, pois sabe que ao destacar-se mais do que ele, o relacionamento será terminado. Cíntia não gosta de perder, pois sabe que para impressionar a família, o primeiro lugar é o único que conta e Estela precisa conhecer algumas realidades diferentes da sua para entender como é difícil para algumas famílias sobreviverem diariamente. Clara, a outra metade de Sara, não quer competir, pois não se sente tão deslocada como a sua irmã.
O enredo fala de diferenças culturais e sociais entre homens e mulheres, mas também fala da necessidade do jovem acreditar em si mesmo, explorar seus potenciais e não deixar que terceiros o impeçam de realizar os seus sonhos.
O livro ainda possui algumas ilustrações de Marcos Guilherme para enriquecer ainda mais o conteúdo.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Espelhos Partidos inaugura coluna em blog de incentivo à leitura!

   O blog Acordei com vontade de ler (http://www.acordeicomvontadedeler.com) lança coluna de dicas de leituras juvenis com o livro Espelhos Partidos - um conto sem fadas.
 
   Com o objetivo de sugerir boas leituras para jovens, pais e educadores, o blog trará, além da resenha habitualmente feita, informações de 4a. capa e ainda palavras dos autores sobre o que motivou a escrita do romance.
 
   Este formato dará ao leitor um panorama dos livros desde a sua concepção: a criação do texto (motivação do autor), sinopses e releases (visão do editor)  e, o mais importante, a resenha do  leitor - uma leitura crítica promovida pelo blog, destacando impressões, pontos altos e razões que justificam a indicação do livro. 
 
   Carol Durães, uma das idealizadoras do Acordei com vontade de ler,  é quem dá a dica e expõe suas razões:

Minha opinião
     O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista Flávia, uma adolescente que está vivendo as dores do primeiro amor. Flávia mora com sua mãe e sua irmã Lígia. Seus pais são separados e seu pai tem uma nova família, inclusive um filho. As melhores amigas de Flávia são Salete, Rúbia, Jane e Vilminha e o grupinho vive conversando sobre assuntos normais de adolescência.
     A vida de Flávia segue a sua rotina até que Salete apresenta seu tio, Júlio Figueiredo. Júlio é um homem mais velho, bonito e sedutor. Flávia fica fascinada com Júlio desde o primeiro momento em que o vê e Júlio começa a entrar em contato com a garota para que os dois saiam. O "relacionamento" dos dois é conturbado, seja pelos segredos que Júlio carrega ou pela rapidez que tudo acontece. 
     O interessante da obra é que a autora trabalha muito bem com a questão da identidade, através da protagonista. Flávia é jovem e absorve as experiências do seu meio. O casamento desfeito de seus pais, o rancor de sua mãe pela nova família do ex-marido e o esquecimento do pai com a primeira família. Flávia é doce e muito insegura. A maneira como a insegurança e o crescimento pessoal são apresentados na obra prendem o leitor pelo seu realismo. 
     O livro ainda apresenta o conto africano "Marama no rio dos crocodilos" que no início de cada capítulo irá trazer uma grande lição. A relação entre a história de Flávia e do conto demonstra que mesmo através de tempos e culturas diferentes, é preciso conhecer sua própria identidade para conseguir seguir em frente. 
     A revisão, diagramação e layout foi muito bem feita. A capa não é muito atraente, mas o conteúdo é maravilhoso.

"Tanto quanto Marama, eu precisava me aceitar e me respeitar. Não podia pautar a minha vida segundo o pilão da minha mãe ou de qualquer outra pessoa, inclusive Julinho, em quem eu também tinha me escorado. Agindo assim, eu sempre estava colocando o meu valor fora de mim, por isso ele não se sustentava". (p. 120)
 
Obrigada, Carol e blog Acordei com vontade de ler! Que outras iniciativas como esta surjam em prol do livro e da leitura.