quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Resenha do livro Eu, cidadão do mundo, por Carol Durães

Dicas de Leituras Juvenis: "Eu, Cidadão do Mundo" - Sonia Salerno Forjaz
 
Sinopse - "Este livro aborda questões fundamentais como o respeito, a ética, a cidadania, a valorização do idoso e a disciplina, levando o jovem a compreender que, mais do que discursos filosóficos, esses temas são ferramentas para a vida em sociedade.
Convidado a coordenar as atividades jovens do clube da pequena cidade, Ricardo achou a tarefa simples até ver o caos instalado, fruto da liberdade que ele mesmo fez questão de incentivar. Sem regras, a convivência mostrou-se impossível, a comunicação inexistente, a realização de qualquer projeto, inviável. Muita coisa precisou acontecer até que todos compreendessem que ética e respeito não podem ser esquecidos quando a questão envolve cidadania. ... Foi preciso que muita coisa acontecesse e que muitas ideias fossem trocadas para que todos descobrissem o porquê de tantas regras e compreendessem que valores, como educação e respeito, jamais podem ser preteridos, quando a questão envolve Cidadãos do Mundo!"
 
   Opinião -  "Eu, cidadão do mundo" é um livro que traz um conteúdo reflexivo sobre cidadania, de forma que os jovens (e os adultos também!) consigam entender que a sociedade não é feita apenas de direitos, mas também de deveres.  Narrado em terceira pessoa, o livro tem como protagonista Ricardo, um adolescente de 17 anos que mora com o seu tio, o Bira. Bira é dono de uma gráfica e está tentando revitalizar o clube local da pequena cidade.
   Bira é a uma das pontes para o passado, onde Ricardo conhece as maravilhas que tinham no clube: bailes, reuniões e até mesmo simples encontros que alegravam o dia de todos. Então, como não pensar em revitalização e não pensar nos jovens?  Eis que Bira sugere a Ricardo formar a Ala Jovem no clube, onde eles possam promover atividades e eventos que incluam a participação dos demais adolescentes.  Acontece que Ricardo acredita que a melhor forma de coordenar os conhecidos é na verdade bem simples: não ter regras! Mas será que isso poderá dar certo?

"-Em grupo não dá para viver tão livremente assim Ricardo - Bira insistiu. - Pelo menos, não com essa liberdade total que você está sonhando. Liberdade, Ricardo, é uma coisa que você precisa conquistar. Ninguém dá liberdade ao outro, como você está pretendendo...." (p. 110)

    A autora soube abordar bem, nessa micro sociedade que é o clube, diversos problemas que observamos em nosso cotidiano, como por exemplo, a existência de pessoas que fazem questão de contrariar e que se acham merecedoras, mesmo não tendo realizado nada. A velha questão do egocentrismo prejudicando a formação de um conjunto.
    Mas não é apenas no clube que a história acontece. Outros personagens também abordam situações cotidianas, como Priscila, a namorada de Ricardo, que foi vítima de um assalto no ônibus e está traumatizada com o evento; ou Eugênia, uma jovem que tem dificuldades em aceitar o seu corpo, resultando em problemas de autoimagem ou então Ronaldo, um amigo de Ricardo que é viciado em computadores, deixando de viver o presente real para viver uma fantasia.
    "Eu, cidadão do mundo" é uma leitura rica em conteúdo, mas que consegue ter uma leveza na hora de discutir os assuntos. Conforme acompanham a vida desses adolescentes e seus aprendizados, os leitores refletem sobre as próprias vidas e até mesmo começam a compreender que a sociedade é construída em cima de um equilíbrio de direitos e deveres.
    Um ótimo livro para ser lido junto com os filhos! O livro também contêm ilustrações de Daniel Lopes, que auxilia na construção dos cenários e enriquece o enredo.

"- E aí é que está o problema. Porque o homem, atualmente, tem valorizado tanto o seu aspecto individual que se confunde todo quando tem que se integrar com o coletivo. Em grupo, precisamos saber respeitar, ouvir, ceder, ponderar....e isso, como você estão sentindo, é um exercício difícil para quem vive pensando em si mesmo o tempo todo". (p. 155)
 
por Carol Durães
Blog Acordei com vontade de ler (ago/2014)

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